"... deitar com uma mulher e dormir com ela, eis duas paixões não somente diferentes mas quase contraditórias. O amor não se manifesta pelo desejo de fazer amor (esse desejo se aplica a uma série inumerável de mulheres), mas pelo desejo do sono compartilhado (este desejo diz respeito a uma só mulher)..." (A insustentável leveza do ser - Milan Kundera)

Postagens mais visitadas

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Projeto CICATRIZ: O Câncer de Mama não é uma Fita cor de Rosa

          O SCAR Project: Breast Cancer is not a Pink Ribbon é um projeto do fotógrafo David Jay que procura mostrar aquilo que, aparentemente, todo mundo sabe mas ninguém nunca viu, a não ser aqueles que passaram por isso.
          Digo isso porque o que muitos conhecem sobre o câncer de mama, me refiro principalmente ao homens, mas creio que muitas mulheres também desconhecem suas consequências, é através de campanhas do lacinho cor de rosa e do alvo em azul e preto além, é claro, campanhas para o autoexame.
          Este projeto, apesar de assustador e doloroso, é belo.
          Assustador para aqueles presenciaram algo do gênero.Doloroso por mostrar mostrar as consequências causadas pelo câncer de mama. Por mostrar as sequelas numa parte do corpo feminino que representa, para a maioria das mulheres, o caráter materno e a própria feminilidade da mulher (sem entrar nas questões do padrão de beleza de seios grandes, "em pé" etc, o seio, talvez mais que outros órgãos, tem um significado diferente para mulher).
          Por outro lado, ele é belo por mostrar que mesmo após essas dolorosas sequelas, aquele caráter materno ainda sobrevive e mais, mostra que, apesar de tudo, não consegue retirar a feminilidade da mulher.

Vale a pena ser visto
Link para o site: http://www.thescarproject.org/gallery/








Ezequiel Barel Filho
Coimbra, agosto de 2012


quinta-feira, 8 de março de 2012

O Dia Internacional da Mulher não é um dia a ser festejado

O Dia Internacional da Mulher não existe para que o festejemos ou para que mandemos flores, bombons, jóias entre outros mimos para as "adoráveis mulheres que compõem nossas vidas e deixam o mundo mais gentil, belo e meigo". Se assim fosse, as mulheres que não deixam o mundo tão gentil, belo e meigo, questionando seus direitos, questionando salários desiguais, lutando por uma independência sexual e emocional, sem serem rotuladas, lutando para que as diferenças inerentes aos seres-humanos sejam reconhecidas e entendidas e não utilizadas para classificações e divisões, não entrariam nesse festejo.

O Dia Internacional da Mulher existe para que todos olhem para trás e vejam o que foi feito e o que ainda necessita ser feito quando o assunto é igualdade de direitos a toda e qualquer cidadã que povoa esse mundo. Essa é a verdadeira essência desse dia. Hoje, mesmo com muitos escritos, de homens e mulheres, reafirmando, muitas vezes inconscientemente, o caráter machista da nossa sociedade conseguimos ler bons artigos que procuram trazer a memória do oito de março ao seu objetivo inicial: reflexão e não festejo.

O dia de hoje serve para que Homens e Mulheres reflitam, estudem, relembrem e discutam o porquê que as mulheres ainda não são respeitadas como iguais em nossa sociedade. É um dia para perceber, que apesar de todas as conquistas das gerações anteriores, muitas mulheres acumulam ainda, mais carga trabalho que os homens. As conquistas vindas do reconhecimento profissional da mulher no mundo dos negócios, na política, em sua emancipação emocional e sexual dos homens, entre tantas outras, foram unidas ao que as mulheres já fazem a um bom tempo: cuidar da casa, da família, da criação dos filhos, e de todos os outros afazeres domésticos. Essas conquistas, ao invés de trazer igualdade de direitos às mulheres trouxe mais trabalho.

É um dia para recusarmos as justificativas que se utilizam das diferenças biológicas entre homens e mulheres para classificá-los, rotulá-los e inseri-los em atividades intelectuais e mecânicas distintas. É um dia para esquecermos aquilo que é difundido como verdade absoluta e que um certo livro, chamado “Por que os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor?”, também apresentou como sendo uma verdade científica. Explicações do tipo: “O homem é movido pela razão e as mulheres pela emoção”; “a mulher tem visão periférica e o homem linear, por isso que homens não conseguem achar objetos, porém a visão linear faz com que o homem dirija melhor que a mulher”;estas e outras tantas besteiras publicadas pelo livro e levadas à televisão pelo “Fantástico” caem por terra quando analisamos socialmente o que permitiu a divisão de atividades entre homens e mulheres.

A meu ver, esta construção social se dá quando algumas pessoas são transformadas em homens e outras em mulheres seguindo padrões e regras constituídas ao longo do tempo. Um exemplo simples do que pode ser entendido como uma construção social é o fato de ainda hoje ser aceito que o homem tenha várias mulheres, e não o contrário. Assim, subentende-se que o homem precisa ser viril e a mulher ser casta. Para vermos que essa ideia foi se consolidando com o tempo e, possivelmente, teve uma origem, basta olharmos para várias das civilizações passadas e perceber que o poderio de uma certa sociedade era decidido pelo número de pessoas que a compunham, fossem elas grandes ou pequenas. Basicamente, o que essa sociedade precisava era de pessoas para defesa de seu território e também para produzir comida, levando em conta que a expectativa de vida de homens e mulheres era muito baixa. Esse contexto faz com que tal sociedade privilegie métodos de aumento da natalidade. Uma das melhores formas de se fazer isso é otimizando o processo de nascimento das novas gerações.Sendo assim, aquele ser humano capaz de gerar mais filhos em menos tempo terá mais vantagens sobre os outros.

Através de uma simples operação matemática percebemos que um único homem pode gerar filhos em várias mulheres, ao passo que uma mulher só pode gerar, na maioria dos casos, um único filho de cada homem, sendo que, após a fecundação, ela fica inapta à procriação por pelo menos nove meses. Assim, ao longo do tempo, além de diversos outros fatores, o homem foi transformado no grande ser reprodutor, racional e instintivo que pode ter mais de uma mulher, pois isso demonstra toda sua virilidade e masculinidade; enquanto que a mulher foi transformada naquele ser educado, gentil, casto e prestativo responsável por cuidar do marido, da casa, do filho e da imagem de mulher honrada. Ela é criada para ser essa mulher através da religião, da etiqueta, da escola, do comportamento, do modo de se vestir, de falar e de andar, entre tantas outras faculdades ensinada às moças de família.

Para finalizar, queria terminar com outra imagem socialmente construída e muito difundida, atualmente, pelas próprias mulheres, como a imagem da mulher guerreira e batalhadora “seja em casa, no escritório ou na lavoura. Excelentes estudantes, esposas/namoradas amantes... [As] mulheres fantásticas, que acordam cedo até para fazer ginástica! Para nós mulheres tudo é importante: cuidamos da beleza, do corpo, de casa, nós caprichamos na arrumação da mesa e o cansaço pra gente não é nada. E não custa nada lembrar que fazemos tudo isso de salto, que muitas vezes é bem alto, mas não o suficiente para nos derrubar”. (trecho de uma mensagem que li no facebook)

Entendo que se vivêssemos numa sociedade que olhasse todos os seus cidadãos, homens e mulheres, com igualdade não haveria necessidade das mulheres cuidarem da casa, da arrumação da mesa, do jantar e do filho sozinhas; não haveria necessidade de esconder o cansaço ou de negá-lo, subindo num salto alto para satisfazer aparências e desejos de outros. Se vivêssemos numa sociedade com igualdade de direitos, deveres, preocupações, etc..., a mulher seria apenas mais um ser humano em meio a tantos outros, sem a necessidade de ter que ser batalhadora, guerreira, mártir ou o que quer que seja para poder sobreviver sob seus ideais e desejos de vida.

Por isso, meus caros colegas, homens e mulheres, que assim como eu e tantos outros, fomos criados para sermos como homens e mulheres dos séculos passados, ajamos como seres humanos do século XXI. Ao comemorar o oito de março, o melhor presente que vocês podem dar para humanidade é refletir e discutir o real motivo desta data e a real situação existente ainda, da desigualdade entre homens e mulheres no mundo de hoje. Muito foi feito, mas têm muito mais a se fazer.
Ezequiel Barel Filho

segunda-feira, 5 de março de 2012

Rio de Janeiro

Toda cidade tem uma trilha sonora. O Rio tem várias, e para fugir do convencional escolhi uma música composta por Chico Anísio e Nonato Buzar, chamada Rio Antigo (Como nos Velhos Tempos). Se quiserem vejam as fotos acompanhado da voz de Alcione(no final do post)





Praia de Icaraí, Niterói, vista do Cristo

 

 


 Niterói









sábado, 3 de março de 2012

Resumo do Carnaval



Depois de muito tempo sem um acesso decente à internet, enfim uma rede boa.

Para os vários comentários a meu respeito que surgiram nesse período de ausência, eu respondo, ja estou voltando, não fiquem desesperados, rsrsrsrsrs....

Outra coisa, o Rio de Janeiro continuam e vai continuar por muito tempo maravilhoso!!!!

E pra terminar com um comentário sobre esse carnaval. Nessas minhas andanças pelas festa de Momo em nenhum lugar vi um carnaval só com músicas de carnaval, como samba e marchinhas, e para quebrar o ritmo de vez em quando, o velho e bom Rock'n'roll ao som da bateria. Sertanejo e aquele axé tosco, passaram longe dos ouvidos. Em nenhum lugar, presenciei um carnaval sem brigas, e olha que eu atraio essas coisas. E para terminar, em nenhum lugar, vi Colombinas tão lindas!!!

Agora chega, pq ao contrário do estão dizendo, eu tb vim aqui pra pesquisar...

quinta-feira, 1 de março de 2012

Rio de Janeiro, Carnaval, Iphan, Capanema, Portinari e Vinícius de Moraes

       Num Café com vista aos azulejos de Portinari no Palácio Capanema, onde esta localizado o arquivo do Iphan, encontrei um poema do Vinícius que sintetiza essas duas semanas.

Azul e Branco

(Vinícius de Moraes)


Concha e Cavalo-Marinho


I
Massas geométricas
Em pautas de música
Plástica e silêncio
Do espaço criado.


Concha e cavalo-marinho.

O mar vos deu em corola
O céu vos imantou
Mas a luz refez o equilíbrio.

Concha e cavalo-marinho.

Vênus anadiômena
Multípede e alada
Os seios azuis
Dando leite à tarde
Viu-vos Eupalinos
No espelho convexo
Da gota que o orvalho
Escorreu da noite
Nos lábios da aurora.

Concha e cavalo-marinho.

Pálpebras cerradas
Ao poder violeta
Sombras projetadas
Em mansuetude
Sublime colóquio
Da forma com a eternidade.

Concha e cavalo-marinho.

II
Na verde espessura
Do fundo do mar
Nasce a arquitetura.

Da cal das conchas
Do sumo das algas
Da vida dos polvos
Sobre tentáculos
Do amor dos pólipos
Que estratifica abóbadas
Da ávida mucosa
Das rubras anêmonas
Que argamassa peixes
Da salgada célula
De estranha substância
Que dá peso ao mar.

Concha e cavalo-marinho.

Concha e cavalo-marinho:
Os ágeis sinuosos
Que o raio de luz
Cortando transforma
Em claves de sol
E o amor do infinito
Retifica em hastes
Antenas paralelas
Propícias à eterna
Incursão da música.

Concha e cavalo-marinho.

III
Azul... Azul...

Azul e Branco
Azul e Branco
Azul e Branco
Azul e Branco
Azul e Branco
Azul e Branco
Azul e Branco
Azul e Branco
Azul e Branco
Azul e Branco
Azul e Branco
Azul e Branco
Azul e Branco
Azul e Branco

Concha...
e cavalo-marinho.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Não sabemos viver sem um Estado Militar


A presença do exército e da movimentação de forças policias em grande escala, como, nos morros do Rio; na repressão a professores em Minas; nos mandos de desmandos da PM de São Paulo, principalmente no caso do Pinheiro, e na repressão de movimentos dentro da Usp, e no enfrentamento entre Policias Civis lutando por "comida" e Policiais Militares lutando por José Serra algum tempo atrás (Sem contar que quase a totalidade das subprefeituras da cidade de São Paulo são ocupadas por militares da reserva da PM); na Bahia, agora (com o governo do PT ); evidencia algo preocupante: a militarização do Estado Brasileiro.
Essa questão leva a muitas colocações:
- a quem interessa essa militarização do Estado, principalmente, se analisarmos o caso de São Paulo?
- a única saída para conter a criminalidade é o fortalecimento do aparato repressivo do Estado?
- o exército brasileiro, diferente de outros exércitos, define em suas atitudes, que ele existe não para defender o Brasil de ameça estrangeira, mas sim dos próprios brasileiros. (é só olharmos, historicamente, a formação da instituição)

Existem várias outras colocações, mas essa é minha última:
- Nós ainda não sabemos viver em DEMOCRACIA!!
---Vejam na história do Brasil:
------em 1822, em muitos estados a independência foi imposta;
------na Regência, os vários movimentos populares e sociais, foram massacrados;
------no Segundo Reinado, Guerra do Paraguai;
------no Período Republicano, imposto por militares, mais confrontos ainda: Canudos, Armada, Vacina, Chibata, Juazeiro, Contestado, Coluna Prestes, entre vários outros
------na década de 1930, outro movimento armado imposto pelo exército, sob o comando de Getúlio Vargas, ainda nessa década, o movimento de 1932, encabeçada por São Paulo, o levante integralista, e a tentativa de Golpe do PCB
------depois de 20 anos da ditadura Vargas, pasmem: o exército "salvador" do Brasil, através de um Golpe, assume o poder novamente, ficando mais 20 anos no poder (1964-1985). Nesses mais de 20 anos, exército, marinha, aeronáutica, polícias estaduais e civis, encabeçaram um dos maiores movimento repressão e tortura ja vistos, basta pesquisarmos sobre SNI, DOI-CODI, Deops, etc; sem contar os confrontos entre grupos paramilitares de esquerda (colina, Var-Palmares, MR-8, a Guerrilha do Araguaia, entre vários outros) e grupos paramilitares de direita (patrocinados principalmente por grandes empresários brasileiros);

------Hoje, 27 anos depois do último ditador militar, os conflitos diminuíram? O uso político da força militar foi extinto? A repressão àqueles que divergem do Governo teve um basta? Nenhum grevista foi preso, ou penalizado por lutar pelos seus direito? As Polícias Militares não agem dentro da legalidade, e do respeito a um cidadão que vive numa Democracia de Direito? Conseguimos nos sentir SEGUROS com esse investimento no aparato militar cada vez maior das Cidades (Guardas-Municipais), dos estados (Polícias Militares) e do Governo Federal (Exército e Guarda Nacional)? Armas  trazem SEGURANÇA?

Se fizermos uma conta simples, sem nenhum rigor teórico-metodológico, aparentemente, de 1889 a 1990, durante 101 anos, tivemos aproximadamente, 50% desse tempo vivendo em "anos de paz"(não ininterruptos), sem nenhum tipo de movimento armado.
Não quero estender esse cálculo até hoje porque acredito que vivemos uma "guerra não declarada", em que o inimigo, ao contrário do período anterior, pode ser um sem terra, um desabrigado, um viciado, um estudante, um bombeiro, um policial militar, um professor, um índio, alguém com a cor da pele diferente, enfim, qualquer um. Porém se incluirmos as décadas de
1990 a 2010, esses anos que o Brasil viveu em "paz" cairá drasticamente.

Escrevi demais, muitas coisas ficaram no ar, muitas perguntas não serão respondidas, muitas constatações continuarão por anos e anos, até que entendamos melhor que nós é que temos que escolher o tipo de sociedade que queremos.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Marrocos

Suas Cidades no deserto






Seu Deserto























Seus contrastes









Seu Comércio












Suas Lanternas



Suas Mesquitas





A praça da Capital





Sua Gente





Atualizando os créditos das imagens em que eu apareço:
Ana Carolina dos Santos (Fotos nº 6, 25, 27, 28, 29, 35, 60)
Gugu (Foto nº 12)