"... deitar com uma mulher e dormir com ela, eis duas paixões não somente diferentes mas quase contraditórias. O amor não se manifesta pelo desejo de fazer amor (esse desejo se aplica a uma série inumerável de mulheres), mas pelo desejo do sono compartilhado (este desejo diz respeito a uma só mulher)..." (A insustentável leveza do ser - Milan Kundera)

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Viajo porque preciso, volto porque te amo



Faz um tempo que eu pensava em fazer um Blog para escrever minhas coisas mas só agora criei coragem. Para dar nome a ele, uso esta frase que eu plagiei de um filme brasileiro lançado ano passado.
Mais do que pelo próprio filme, esta é frase é muito oportuna para dar nome ao Blog e, para esse momento. Ele mexeu profundamente comigo justamente pelo fato de acreditar na necessidade de conhecer novos lugares e também porque eu sempre viajei, viajo e viajarei em breve! Mas o que me intriga, é por que sempre quero voltar? Por que sempre fica um sentimento de saudade?
Comecei a pensar se viajar é preciso, por que, no meu caso, voltar também é! Achei a resposta para essa pergunta nesse título desse blog. Volto porque sempre deixo para trás as pessoas que me possibilitaram tal feito; volto porque deixo entre tantas outras coisas que amo, mulheres, amigos e familiares. Volto, justamente, porque amo a vida construída junto dessas pessoas.
Agora, porque viajar é preciso? Para tentar responder essa pergunta busquei ajuda nos versos de Fernando Pessoa que um dia escreveu:

“Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa:
"Navegar é preciso; viver não é preciso".

Quero para mim o espírito [d]esta frase,
transformada a forma para a casar como eu sou:

Viver não é necessário; o que é necessário é criar.
Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.
Só quero torná-la grande,
ainda que para isso tenha de ser o meu corpo
e a (minha alma) a lenha desse fogo.

Assim como, para os navegadores antigos transformarem suas vidas em algo grandioso, navegar foi preciso, hoje, para nós, viajar é preciso! Desvendar, descobrir e desbravar esse mundo que nos foi dado como bênção é nosso dever. Não importa a distância desta viajem (seja ela por terra, por água, pelo ar, virtualmente ou, simplesmente, pela imaginação) desde que seja algo novo, algo que pode ser reinventado, reinterpretado, revisitado; desde que seja algo que possa ser feito e refeito. Para darmos sentido a nossas vidas precisamos disso, precisamos viajar.
Dessa forma sempre estaremos num constante jogo de viagens, ou seja, de idas e voltas. O lugar que um dia foi sua casa passa a ser seu novo destino, e aquilo que um dia foi seu destino, passa a ser sua nova casa. Se eu sempre volto porque amo as pessoas que ajudaram a construir minha vida, nessa equação formulada agora a pouco, terei o mundo como minha casa, e as pessoas que vivem nele como meus irmãos, pais, avós e amigos. Não foi para isso que o mundo foi criado?
Viajo porque preciso, porque tenho algo de espetacular e fabuloso pra descobrir, para reinventar, para desvendar, mas volto, e sempre voltarei para qualquer que for o local porque é meu dever compartilhar com as pessoas que eu amo as experiências que tive. Na verdade, volto porque te amo.

Ezequiel Barel Filho