"... deitar com uma mulher e dormir com ela, eis duas paixões não somente diferentes mas quase contraditórias. O amor não se manifesta pelo desejo de fazer amor (esse desejo se aplica a uma série inumerável de mulheres), mas pelo desejo do sono compartilhado (este desejo diz respeito a uma só mulher)..." (A insustentável leveza do ser - Milan Kundera)

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quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Viajo porque preciso, volto porque te amo


Faz um tempo que eu pensava em fazer um Blog para escrever minhas coisas mas só agora criei coragem. Para dar nome a ele, uso esta frase que eu plagiei de um filme brasileiro lançado ano passado.
Mais do que pelo próprio filme, esta é frase é muito oportuna para dar nome ao Blog e, para esse momento. Ele mexeu profundamente comigo justamente pelo fato de acreditar na necessidade de conhecer novos lugares e também porque eu sempre viajei, viajo e viajarei em breve! Mas o que me intriga, é por que sempre quero voltar? Por que sempre fica um sentimento de saudade?
Comecei a pensar se viajar é preciso, por que, no meu caso, voltar também é! Achei a resposta para essa pergunta nesse título desse blog. Volto porque sempre deixo para trás as pessoas que me possibilitaram tal feito; volto porque deixo entre tantas outras coisas que amo, mulheres, amigos e familiares. Volto, justamente, porque amo a vida construída junto dessas pessoas.
Agora, porque viajar é preciso? Para tentar responder essa pergunta busquei ajuda nos versos de Fernando Pessoa que um dia escreveu:

“Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa:
"Navegar é preciso; viver não é preciso".

Quero para mim o espírito [d]esta frase,
transformada a forma para a casar como eu sou:

Viver não é necessário; o que é necessário é criar.
Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.
Só quero torná-la grande,
ainda que para isso tenha de ser o meu corpo
e a (minha alma) a lenha desse fogo.

Assim como, para os navegadores antigos transformarem suas vidas em algo grandioso, navegar foi preciso, hoje, para nós, viajar é preciso! Desvendar, descobrir e desbravar esse mundo que nos foi dado como bênção é nosso dever. Não importa a distância desta viajem (seja ela por terra, por água, pelo ar, virtualmente ou, simplesmente, pela imaginação) desde que seja algo novo, algo que pode ser reinventado, reinterpretado, revisitado; desde que seja algo que possa ser feito e refeito. Para darmos sentido a nossas vidas precisamos disso, precisamos viajar.
Dessa forma sempre estaremos num constante jogo de viagens, ou seja, de idas e voltas. O lugar que um dia foi sua casa passa a ser seu novo destino, e aquilo que um dia foi seu destino, passa a ser sua nova casa. Se eu sempre volto porque amo as pessoas que ajudaram a construir minha vida, nessa equação formulada agora a pouco, terei o mundo como minha casa, e as pessoas que vivem nele como meus irmãos, pais, avós e amigos. Não foi para isso que o mundo foi criado?
Viajo porque preciso, porque tenho algo de espetacular e fabuloso pra descobrir, para reinventar, para desvendar, mas volto, e sempre voltarei para qualquer que for o local porque é meu dever compartilhar com as pessoas que eu amo as experiências que tive. Na verdade, volto porque te amo.

Ezequiel Barel Filho

8 comentários:

  1. Zica, belas palavras. Acho que a frase do título combina muito contigo, fera!

    abraço!

    ferrari.

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  2. Zéqui!!!
    Adorei a iniciativa do blog!!! Te zuei no orkut, mas adorei o raciocínio e me senti amada!!! Hehehehe...

    Gosto demais de você, te considero um grande amigo!!! E tá me dando saudades já... por isso, volte mesmo!!! Precisa dividir tudo com a gente, sem dúvida...

    Um dia eu faço um blog... por enquanto, vou acompanhar o seu!

    Beijos, querido!

    Camila Visnadi

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  3. Oi Ezequiel! Vi o link no orkut da sua mãe, muito legal vc compartilhar seus pensamentos! Saiba que fiquei muito orgulhosa de vc conseguir a vaga... já tínhamos batalhado isto no Rotary outras vezes e dá pra ver que vc é batalhador e merecedor! Estou na sua torcida pra ver seu sucesso e seu retorno, mais fortalecido, mais sabido (hehehe) e mais amado! Boa viagem!

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  4. Ah! Por falar em Viajo pq preciso, volto por que te amo, se não viu, veja o clipe dos Paralamas e Zé Ramalho - Mormaço - a frase aparece no paralama do caminhão... e a música! Nem se fala, que beleza! Pra curtir e lembrar do Brasil qdo estiver longe...
    http://www.youtube.com/watch?v=1I21ln_KLro

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  5. Me identifiquei com seu blog, Zéqui. Tenho as mesmas sensações às vezes...
    Boa sorte em Portuga...
    beijos

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  6. Adorei esse texto Ezequiel! Somos nós, viajantes desse mundo. Descobrindo os cantinhos, os segredos, os lugares que estão perdidos por aí!
    Assino embaixo, como pode ver nesse post: http://meninacesa.wordpress.com/2010/09/16/amigos-facam-intercambio/

    Adorei!

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  7. Ezequiel, é o João, aí da casa de Coimbra. Pelo blog, meu amigo, Continua este trabalho mágnifico

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  8. ola eze!é um texto lindo,acho que é uma sensaçao a de viajar, e voltar que pode acontecer a tudo aquel que decida viajar? e tambei acho que viajar é procurar o nao se o que, e nao se porque?
    xantal

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